O jejum da língua, pela a prática do silêncio


      O jejum da língua, pela a prática do silêncio          

Duas grandes vantagens proporciona esse jejum:

1°  Conseguir que se evite o pecado. Efetivamente, está escrito: No muito falar não faltará pecado (Pr 10, 19). E em outro lugar: Quem fala muito, fará mal a sua alma (Eclo 20, 8), e também: A língua desenfreada quer dizer, que não observa o silêncio é um mundo inteiro de maldade (Tg 3, 6). Por conseguinte, se conseguirem que jejue a língua digo que não cometerão a metade das faltas diárias. Quão proveitoso resulta, pois, dito jejum para a alma e a consciência!

2°  Mas há algo mais: esse jejum conserva, nutre e faz crescer todas as virtudes. Por isso disse as Escrituras: Se alguém não tropeçar com palavras, esse tal é varão perfeito (Tg 3, 2). Quer dizer que tem todas as virtudes.

Para conhecer a saúde de uma pessoa, basta olhar a sua a língua: se tiver acendidamente vermelha, ou suja, ou pálida, não goza de boa saúde. De igual modo, para conhecer em que estado se acha a alma de um religioso, terá que prestar atenção à sua língua: como a rege e que uso faz dela. Se fala muito é quase seguro que tem a alma infestada de culpas e pecados. Se fala pouco, se é recatado e circunspeto nas palavras, estejam seguros de que tem a alma adornada de formosas virtudes.

O prurido de falar, o hábito de contar piadas, a afeição à brincadeiras e a dissipação são indícios seguros de consciência vã e torcida, de espírito superficial, de alma adoentado e vazia de virtudes. Tão convencido disso estava santo Tomás, que afirmava abertamente: «Se um religioso que gosta das conversações fúteis, das piadas e frivolidades do mundo, de maneira nenhuma pensem que se trata de um homem espiritual e virtuoso, mesmo que fizesse milagres».

Alcançar que jejue a língua é, pois, meio excelente de guardar-se do pecado, fazer crescer as virtudes, ser gratos a Deus e inclusive aprender a falar devidamente.

Boa Semana Santa a todos!