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Pe. Buela (nosso fundador) e Mons. Andrea Erba |
As Irmãs contemplativas do
Monastério “Madonna delle Grazie” em Velletri, Itália realizaram uma entrevista
com Mons. Andrea María Erba,
grande colaborador do IVE na Itália, na integra apresentamos o que se refere a
sua vocação, vida religiosa, sacerdotal.
1. Como nasceu a decisão de entrar no Seminário
Menor?
Na realidade, não foi uma decisão minha, um ato de minha vontade, senão um
ato de obediência e de acolhida da voz de Deus, sobre tudo através da
iniciativa de meu Pároco. Um dia, de acordo com meus pais, me propus a entrar
no Seminário Menor dos Barnabitas (nós, ao Seminário Menor chamamos de Escola
Apostólica, e os seminaristas menores são “apostolitos” - pequenos apóstolos).
Meu pároco conhecia e estimava aos Barnabitas porque se confessava com eles em
Monza (uma cidade próxima ao Biassono, minha cidade natal). Eu era coroinha, e
disse a meu Pároco que sim, com muito prazer. Estava feliz de poder ser sacerdote
e não me arrependi jamais de haver dito que sim, nem de havê-lo feito aos 12
anos.
Aos cinco anos tinha feito a Primeira Comunhão, e como era muito pequeno,
ao ano seguinte fiz de novo a Primeira Comunhão! Aos nove anos recebi a
Confirmação das mãos do Arcebispo de Milão, o Cardeal Schuster, agora Beato. Freqüentava assiduamente o
oratório, o catecismo, a vida paroquial. Assim preparado, parti para o
Seminário Menor em Cremona.
2. Estava
contente de começar uma nova vida?
Contentíssimo! Em realidade, não era uma vida
totalmente nova, porque também em minha família e na Paróquia era como estar no
Seminário: a vida cristã de meus pais, de meus dois irmãos e minhas duas irmãs
era muito intensa, nos amávamos muito. Não participávamos jamais de uma festa
sem ir à igreja. Todas as manhãs eu acolitava na Santa Missa. Minha mamãe me
levantava da cama, rezávamos as orações e me acompanhava à igreja. Nossa casa
estava muito perto: só nos separava uma rua de poucos metros, tanto que uma vez
um sino da torre caiu sobre o teto de casa, mas não fez nenhum dano. Por isso
digo que o passo da família ao Seminário foi uma coisa simples, tranqüila,
natural.
3. Sua
família o que dizia? Tinha algum parente religioso?
Não tinha ainda nenhum parente religioso, exceto duas tias religiosas. Mas
tinha muitos amigos e conhecidos religiosos: vários seminaristas da Diocese de
Milão, um Montfortiano, um Dehoniano, um missionário do PIME, um carmelita,
todos de meu povo. Mas sobre tudo desfrutava do ambiente familiar, onde éramos
profundamente unidos e felizes.
Meus familiares não só não me puseram jamais
obstáculos, senão que estavam contentes de minha vocação. De todos os modos, eu
vivia longe de casa, no Seminário de Cremona, a uns 100 km. Em tempo de guerra
não vinham muitas vezes a me visitar, porém eu estava tão contente que não
sofria a distância. Minha mãe me escrevia e eu lhe respondia assegurando que
estava bem. Enquanto estava no Seminário Menor, minha irmã entrou com as “Irmãs
de Maria Menina”: ela me escreveu contando a notícia e não me surpreendeu. Foi
uma religiosa fervorosa até a morte.
(...)
13. Como seria
o melhor modo de viver o tempo do Seminário Menor como preparação ao
sacerdócio?
Viver intensamente a vida da Igreja, escutando a voz do Santo Padre e dos
Bispos, rezando pelos problemas e os ataques que os inimigos não cessam de lhe
lançar. Além disso, alimentar um grande amor ao Instituto e aos superiores:
eles têm o carisma para nos guiar, para nos fazer crescer nas virtudes. Cada
dia o seminarista deve dar um passo adiante desde o ponto de vista espiritual e
cultural, com a mesma intenção expressa por essas palavras que a liturgia diz
aos Diáconos: "Crê sempre o que proclama, ensina o que aprendeste, vive o
que ensinas".
O Seminário é escola de santidade, de fé e de amor, um lugar onde não
falta jamais a graça do Senhor, uma formosa família.
14. Se tivesse que dar um conselho aos
seminaristas de sua Congregação e da nossa, o que lhes diria?
Participar ativamente e seguir os ensinos do Fundador, fazer o que fazem
os outros Institutos. Estar unidos espiritualmente como uma única e grande
família. Não só pedir e receber, senão também dar. Todos nós devemos dar algo
aos outros em uma verdadeira comunhão de espírito. É um intercâmbio de dons
espirituais, de caridade fraterna, de tal modo que este se sinta parte viva do
Inst
ituto.
Penso neste momento na herança que nos deixaram nossos maiores, nos
exemplos de Marcelo, de P. Costantini, de P. Benito, como também no testemunho
de numerosas irmãs Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará. Assim poderemos
viver à altura da vocação que recebemos e da missão que um dia deveremos
cumprir.
Neste tempo de Seminário devem crescer em amor,
em número e em qualidade. Como Jesus aos 12 anos crescia em idade, em sabedoria
e em graça, diante de Deus e dos homens. Bastaria que um seminarista menor
fosse santo para santificar, não só a sua comunidade, senão ao mundo inteiro.